sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Filho de Omar Bongo vence eleições

sexta-feira, 11 de setembro de 2009
DAS ELEIÇÕES

Houve uma grande participação de eleitores e muitas falhas de organização que caracterizaram as eleições para presidente realizadas no domingo do dia 30/09/2009 no Gabão, nas quais 17 candidatos concorriam à vaga deixada por Omar Bongo, morto em junho em uma clínica privada de Barcelona devido a um câncer.
Apesar do surpreendente alto índice de participação eleitoral, a que dominou a discussão foi o atraso na chegada dos encarregados dos colégios eleitorais e a falta de cédulas em vários deles, o que causou, em alguns casos, demoras de até duas horas no início da votação. A alta participação eleitoral foi motivo de questionamentos pela oposição, que dúvidava sobre a confiabilidade do censo eleitoral, destacando que é muito elevado o número de 813 mil eleitores em um país que tem só cerca de 1,5 milhão de habitantes.
Cerca de 300 observadores nacionais e internacionais observaram as eleições em 2.800 colégios distribuídos em todo o país e que foram colocados sob a vigilância de milhares de soldados das forças de segurança.
A insatisfação da oposição foi maior quando da contagem dos votos, e, o resultado foi que Ali Bongo, filho do falecido presidente Omar Bongo, venceu as eleições presidenciais com 41,73% dos votos.
Ali Bongo superou assim o ex-ministro do Interior, André Mba Obame, que obteve 25,88% dos votos, e o opositor histórico Pierre Mamboundou, que ficou com 25,22%.Estes dois candidatos reivindicam também a vitória nas eleições. Em Nova Iorque - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, felicitou, o desenrolar pacífico das eleições no Gabão, convidando o povo deste país africano a continuar a apoiar o processo democrático.
No entanto pelo menos duas pessoas morreram desde o anúncio feito na quinta-feira da eleição de Ali Bongo para presidente. O vencedor da eleição presidencial substitui seu pai Omar Bongo, morto em junho após 41 anos no poder.


PERFIL DO GABÃO

O Gabão é uma antiga colónia francesa e teve dois presidentes desde a independência em 1960. O recentemente falecido presidente El Hadj Omar Bongo Ondimba, que esteve mais de quatro décadas na chefia do Estado, foi responsável pela introdução do sistema multipartidário no país e de uma nova Constituição, no início dos anos 90.
Apesar de serem apontadas muitas fragilidades ao sistema governativo e de alguns escrutínios que reconduziram o antigo chefe de Estado terem sido considerados fraudulentos pela oposição, o Gabão é, segundo alguns indicadores e analistas, um dos países mais prósperos e estáveis de África. Limitado a oeste pelo oceano Atlântico e situado na linha do Equador, o Gabão tem uma área total de 267.667 km2 e está encaixado entre a Guiné Equatorial, a norte, a República do Congo (a leste e sul), fazendo ainda fronteira com os Camarões (também no norte).
A reduzida população, que ronda 1,5 milhões de habitantes, e a riqueza do país em recursos naturais, nomeadamente em minerais e petróleo, ajudaram o Gabão a tornar-se um país estável, consideram alguns analistas. A República do Gabão, governada por um regime presidencial pluripartidário, é constituída por uma população com vários grupos étnicos, como tribos Bantu, incluíndo quatro grandes grupos tribais – Fang, Bapounou, Nzebi e Obamba – além de outros africanos e europeus, sendo a maioria da população cristã. A língua oficial é o francês, seguindo-se as línguas nacionais Fang, Myene, Nzebi, Bapounou/ Eschira e Bandjabi. Os primeiros europeus a chegarem ao actual Gabão foram comerciantes portugueses, no século XV, que deram o nome ao território.
Composição do Governo Chefe de Estado: Presidente interino, Rose Francine Rogombe (desde 10 de Junho). Chefe do Governo: Primeiro ministro, Jean Eyeghe Ndong (desde 20 de Janeiro de 2006). Gabinete: Conselho de Ministros indicado pelo primeiro-ministro depois de consultado o Presidente da República. Eleições: O presidente é eleito por voto popular para mandatos de sete anos (sem limite). O primeiro-ministro é escolhido pelo presidente. O poder legislativo é composto pela Câmara do Senado (90 assentos) e a Assembleia Nacional (120 assentos).


FONTE: http://www.opais.net/pt/opais/?det=4627




1 comentários:

Mariana Almeida disse...

Um país democrático sempre tem maiores chances para se desenvolver.
É uma pena que os processos políticos ainda sejam tão conturbados nos dias de hoje!

 
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