domingo, 13 de setembro de 2009

África do Sul protesta por tratamento a atleta com sexo contestado

domingo, 13 de setembro de 2009
Para titular sul-africano dos esportes, dúvidas sobre sexo da atleta foram tratadas de forma 'nojenta'.

O ministro dos Esportes da África do Sul, Makhenkesi Stofile, disse nesta sexta-feira que a polêmica sobre o gênero sexual da corredora sul-africana Caster Semenya tem sido tratada de uma maneira "nojenta e antiética" e prometeu uma "terceira Guerra Mundial" caso ela seja proibida de competir.

As declarações foram feitas depois que a imprensa da Austrália divulgou detalhes de um teste de gênero da atleta que foi solicitado pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF), que indicaria que ela não tem ovários e tem testículos ocultos dentro do corpo.

Stofile disse que o governo sul-africano ainda não recebeu nenhuma notificação quanto ao resultado dos testes e acrescentou que, ainda que Caster seja hermafrodita, ela ainda seria uma mulher.

Justificar"Caster é uma mulher, ela continua sendo nossa heroína. Precisamos protegê-la", afirmou Stofile.

"Nem Caster nem sua família merecem esta humilhação. Ninguém fez nada errado e pedimos para que eles sejam deixados em paz."

Título

Semenya, de 18 anos, venceu a final dos 800 m no mundial de Atletismo de Berlim, no mês passado, e foi recebida com festa na volta ao seu país.

Mas a IAAF pediu a realização de testes para comprovar seu gênero sexual e pode decidir em novembro que ela seja banida de competições oficiais.

"Iríamos às instâncias mais altas para contestar esta decisão. Acredito que seria totalmente injusto", disse Stofile.

O ministro, que disse temer que a atleta possa tentar o suicídio por estar envolta neste escândalo, afirmou que seus advogados estão cuidando do caso.

Decisões possíveis

O analista de esportes da BBC Gordon Farquhar afirma que os testes devem mostrar que a atleta de 18 anos possui características de hermafrodita.

"Já sabemos que ela tem níveis de testosterona três vezes mais altos do que o normal em uma mulher", disse ele.

"Podem existir três decisões possíveis: que sua condição não lhe dá vantagem competitiva, que a condição lhe dá vantagem, mas não pode ser tratada ou que a condição possa ser tratada de alguma forma e ela permita isso, retornando ao esporte ao final do tratamento", completou.

A IAAF anunciou que ainda está analisando os resultados dos testes e que ainda quer discuti-los com a atleta.

A associação indicou que dificilmente irá solicitar a Semenya que devolva a medalha de ouro que recebeu em Berlim, mas manteve a expectativa quanto ao futuro da corredora.

Sexta-feira, 11 de setembro de 2009, 17:30.
Fonte: www.estadao.com.br

3 comentários:

Anônimo disse...

São decisões complicadas. Com taxa elavada de testosterona no corpo, a atleta apresenta uma vantagem nas competições, tornando justo o seu banimento. Porém, olhando por outro lado, a ausência de ovários e os testículos ocultos, indicados pela IAAF, não alterou o comportamento dela quanto mulher, durante sua vida. Quanto ao discurso do ministro, trata-se, de fato, de um patriotismo.

Mariana Daltro disse...

Esses exames para Semenya não é visto por mim como uma forma de racismo, mas de justiça nas competições de modalidades feminina. Certas vantagens aparecem quando se é hermafrodita, já ocorreram casos em que isso aconteceu no esporte, algumas mulheres até nem sabiam que era hermafrodita, sinais masculinos vão aparecendo a cada competição.A Africa contesta pois perder uma atleta como Semenya não é o esperado. ;)

Unknown disse...

Talvez se houvesse mesmo essa preocupção pelos organizadores e esses exames tivessem sido feitos antes da atleta se envolver nestes altos níveis de competição e ter se tornado um orgulho para o país, a situação não teria se tornado tão delicada e humilhante para a competidora.

 
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