quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Crise política em Honduras

quarta-feira, 16 de setembro de 2009
A boa verdade é que não houve dois golpes como muitos acreditam. Entendo ter acontecido apenas um golpe, engendrado por Michelleti. Pelo seguinte motivo: tudo começou quando Zelaya tinha a intenção de fazer uma consulta pública em 28 de junho, para que os eleitores opinassem sobre a realização de um referendo para a convocação de uma Assembléia Constituinte. Os críticos dizem que o supracitado presidente queria na verdade caminho para a sua reeleição – se perpetuar no poder e instalar uma ditadura nos moldes de Hugo Chávez. Ora, pelo que me parece, consultas populares via referendo ou plebiscito, são provas cabais de democracia em um país.Se o povo apóia a iniciativa do governo de fazer a consulta popular e congresso e judiciário vão contra esta vontade popular, com certeza existe algo errado com essa “democracia”. Saliente-se que Honduras já viveu mais de cem golpes de estado em 188 anos, desde que se tornou independente da Espanha, em 1821 - um golpe a cada dois anos, em média. Isso denota a instabilidade do regime democrático naquele país. Quanto à consulta popular, é sabido que a mesma não não tinha caráter vinculativo, ademais não perguntava sobre a reeleição do presidente. Ainda assim diversos analistas replicam que era apenas uma fachada para a tentativa de se perpetuar no poder através de medidas de democracria plebiscitária.
Ou seja, a atitude da oposição, encabeçada por Roberto Michelleti revelou-se num escancarado golpe. Registre-se que a comunidade internacional está repleta de razão em não reconhecer o novo governo, pelo fato de a origem do mesmo ser eivada de atos contrários aos princípios do direito internacional.

1 comentários:

Clodoaldo Silva da Anunciação disse...

Jullie, o comentário tem pertinência e qualidade.
Sugiro que poste no comentário da matéria do grupo que trabalha com a América Latina, para que a discussão seja no ambiente daquele.

 
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