domingo, 16 de agosto de 2009

Banco Mundial: Angola fora da recessão global

domingo, 16 de agosto de 2009
Angola está fora de um cenário de recessão económica, na perspectiva do Banco Mundial. Àquela instituição financeira mundial acaba de rever em alta as previsões para o crescimento económico do país.


OJE/Lusa

A melhoria das perspectivas para a produção petrolífera angolana em 2009 levou o Banco Mundial a rever em alta as previsões para o crescimento económico do país, afastando o cenário de recessão.
"Revi [a previsão de crescimento económico angolano em 2009], saindo do negativo para um crescimento flat, de 0%", diz Ricardo Gazel, economista-chefe do Banco Mundial para Angola.
O economista brasileiro afirma que o crescimento angolano poderá até ser positivo, se o sector petrolífero crescer mais de 10%. "Neste momento acho que um crescimento à volta de 9% é mais indicativo, dadas as condições de política macroeconómica e da economia global. Já estou a assumir um crescimento do sector não-petrolífero bastante forte para um ano em que os mercados internacionais e a economia global estão em recessão e o Governo tem adoptado medidas bastante restritivas, quer na parte fiscal quer monetária", sublinha.
A anterior previsão do Banco Mundial (quebra de 1,9% no PIB) sustentava-se numa redução de 13% na produção petrolífera e cenário de quebra de preços. Mas entretanto o preço do petróleo subiu e a produção de petróleo angolana inscrita no Orçamento de Estado revisto, 1,8 milhões de barris diários, está apenas 6,5% abaixo da registada no ano passado.
Apesar da quebra, afirma Gazel, o valor previsto para a produção está "acima do que seria se todos os cortes acordados com a OPEP fossem implementados. Mas a verdade é que nenhum país está a implementar a 100%" os cortes do cartel, sublinha.
A recuperação do sector petrolífero angolano levou também o Banco BPI a rever em alta previsões para o PIB angolano em 2009, para -2,0%, enquanto o Governo angolano espera um crescimento de 6,1%.
No segundo trimestre de 2009 o preço internacional do petróleo inverteu a tendência de queda, e Angola conseguiu manter níveis de exploração petrolífera próximos de 1,7 milhões de barris diários, acima da quota fixada pela OPEP.
Segundo dados do Ministério das Finanças angolano, em Janeiro o preço do petróleo angolano rondava os 39 dólares, tendo subido para 55,9 dólares em Maio.
Em Fevereiro o BPI previa uma quebra no PIB na ordem dos 5% em 2009, com o sector petrolífero a recuar 14% e o não-petrolífero a subir ligeiros 4%.
As estimativas baseiam-se numa produção petrolífera de 1,75 milhões de barris diários, a um preço médio de 48 dólares por barril (era de 40 dólares em Fevereiro).
No seu último relatório, divulgado há poucas semanas, o BPI prevê uma recuperação do PIB para 2010, com um crescimento na ordem dos 6,0%.
No ano passado Angola registou dos mais elevados ritmos de crescimento económico do mundo - 15%, aproximadamente, graças aos preços-recorde do petróleo acima dos 140 dólares e a um nível de produção próximo dos 2 milhões de barris diários.
O Governo angolano também já reviu as suas projecções. Na base do Orçamento de Estado revisto para este ano a previsão de crescimento económico foi cortada de 11,8 para 6,1%, ainda assim a única positiva em cima da mesa.
Noutras previsões mais antigas a OCDE apontava para uma recessão em 2009 de 7,2%, o FMI -3,6% e a Economist Intelligence Unit (Abril) -2,3%.

A melhoria das perspectivas para a produção petrolífera angolana em 2009 ajudou a pôr de lado a possibilidade de crise económica em Angola. "Revi a previsão de crescimento económico angolano em 2009, saindo do negativo para um crescimento “flat”, de zero por cento", disse à Lusa o economista-chefe do Banco Mundial para Angola.

O economista brasileiro afirma que o crescimento angolano poderá até ser positivo, se o sector petrolífero crescer mais de 10 por cento.



Fonte: Lusa
14 de agosto de 2009

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