sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Educação na África: A fuga de cérebros

sexta-feira, 23 de outubro de 2009
A principal causa de brain drain externo é o baixo nível dos salários pagos aos profissionais africanos. O fato é que são gastos cerca de quatro bilhões anualmente para a contratação de profissionais estrangeiros para trabalharem na África, mas não é investida uma quantia proporcional para recrutar os africanos que trabalham no exterior. Profissionais africanos trabalhando na África têm salários consideravelmente menores do que os salários de expatriados com qualificação semelhante.
Temos ainda o brain drain interno que ocorre quando pessoas não são empregadas nos seus campos de experiência e especialização. Por exemplo, muitos oficiais militares são políticos de uniforme e alguns médicos ganham salários suplementares como motoristas de táxi.
Muitos profissionais emigraram durante os reinados brutais de Idi Amin, Mobutu e Sani Abacha. A guerra no Sudão entre o norte islâmico e o sul cristão conduziu à emigração de metade dos profissionais sudaneses. Em 1991, um de cada três países africanos era afetado pelos conflitos.
O fato é que os países que vem absorvendo cérebros são vencedores, enquanto que países que exportam cérebros estão perdendo. Os países fornecedores de cérebros incluem a Nigéria, a África do Sul e Gana. Só a Nigéria tem 100.000 imigrantes nos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, 64% de estrangeiros nascidos na Nigéria com 25 ou mais anos de idade têm ao menos o grau de bacharelado. 43% de estrangeiros que vivem nos Estados Unidos nascidos na África são pelo menos bacharéis. Nigerianos e outros africanos representam os grupos étnicos com maior nível educacional nos Estados Unidos
O brain drain torna difícil a criação de uma classe média formada por médicos, engenheiros e outros profissionais. A sociedade africana está dividida em, basicamente, duas classes: uma pequena população muito rica e uma gigantesca classe de pessoas pobres.
As consequências econômicas da fuga de cérebros pode ser constatada no fato de que os melhores e mais brilhantes profissionais podem emigrar, deixando para trás os mais fracos e com menor potencial intelectual. Aos poucos, a África morre desolada...
**Postado por Dejanira Góis e Mariana Almeida**

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